segunda-feira, 29 de julho de 2013

Trabalho voluntário é importante para o currículo e é diferencial na contratação


O trabalho voluntário, além de trazer benefícios pessoais a quem o pratica, como a satisfação de estar ajudando o próximo, também pode ser uma ótima experiência de preparação para o mercado de trabalho. De acordo com o presidente da Associação de Profissionais de Recursos Humanos (APRH) de Sorocaba, Daniel de Carvalho Luz, muitas empresas consideram o voluntariado como um ótimo diferencial no currículo de seus candidatos, sendo que isso pode até fazer a diferença na seleção. "O profissional passa a ver as pessoas com outros olhos, o que é muito interessante em organizações maiores onde o ambiente é muito competitivo e todos tendem a se voltar para si mesmas", destaca.

O presidente da APRH relata que, em algumas seleções, quando dois ou mais candidatos apresentam características bastante semelhantes, como no caso das habilidades, formação e pretensão salarial, aquele que tenha experiências como voluntário acaba sendo o selecionado. "O voluntariado pode ser grande aliada para abrir portas no mercado de trabalho. Os RHs enxergam o voluntariado como parte da formação profissional e como um facilitador para o desenvolvimento de habilidades de relacionamento humano e trabalho em equipes, decididamente ter histórico de trabalho voluntário faz diferença no currículo", afirma.
Na hora de escolher qual tipo de trabalho voluntário a pessoa quer desenvolver, Luz orienta que ela siga o que manda o seu coração. "Entendo que qualquer tipo de trabalho solidário é válido, mesmo que fuja do foco profissional. Todo tipo de trabalho é válido porque ajuda a desenvolver características que serão aproveitadas em qualquer área do mundo corporativo", afirma. Além disso, é preciso decidir por uma atividade em que a pessoa se sinta bem e confortável, para que isso não acabe se tornando um fardo. "O essencial é que o profissional se sinta à vontade e que o trabalho com o qual escolher contribuir não tenha o peso de uma obrigação a mais. O mais importante é fazer o que se sente mais habilitado, mais à vontade, em que se sinta útil à sociedade. A importância para o currículo será a mesma", revela.
A coordenadora do Centro de Voluntariado de São Paulo, Sílvia Maria Louzã Naccache, concorda com as colocações do presidente da APRH. "O voluntariado é uma escolha pessoal, individual e é importante o voluntário saber o que gostaria de fazer, o que tem de melhor para oferecer e o que acredita que faria diferença. Cada voluntário deve pensar quais as habilidades ou talentos que tem de melhor e que deseja compartilhar, e também deve avaliar se pode cumprir o tempo de acordo com sua disponibilidade e com muito comprometimento, respeito e empatia", diz.

ONGs precisam

Em Sorocaba, por exemplo, as entidades estão precisando de voluntários, para ajudá-las nas mais variadas atividades, conforme foi publicado no jornal Cruzeiro do Sul, no último dia 25. Há ONGs, associações e institutos que necessitam de pessoas dispostas a auxiliar na organização de eventos e bazares beneficentes, na promoção de projetos artísticos e de lazer a crianças carentes e também para simplesmente atender um telefone e ouvir os problemas de quem está do outro lado da linha. Algumas dessas entidades que precisam de voluntários são a Associação Beneficente Oncológica de Sorocaba (Abos), cujo telefone é (15) 3222-1885; a Oficina de Integração Céu Azul, telefone (15) 3233-1119; Associação Amigos dos Autistas de Sorocaba (Amas), telefone (15) 3222-4646; Instituto Humberto de Campos, (15) 3202-8710; e Centro de Valorização da Vida (CVV), que atende pelo número (15) 3232-4111.

Lei

Para definir diretrizes para o que é o trabalho voluntário existe a lei 9.608, em vigor em todo o Brasil desde 1998. A legislação determina que o voluntariado precisa ser uma atividade não remunerada, com "objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade". A medida também informa que o serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista previdenciária ou afim. Além disso, antes de a pessoa iniciar suas atividades, ela e a entidade precisam celebrar um termo de adesão, onde são constadas as condições de seu exercício, que são acertadas entre ambos. Caso o voluntário ache necessário, ele pode solicitar um ressarcimento das despesas geradas no desempenho de suas atividades.
Como não existe nada que regulamente o trabalho voluntário, o gerente da regional do Ministério do Trabalho e Emprego em Sorocaba, Ediclei José de Almeida, afirma que deve haver um bom senso entre ambas as partes, mas garante que o órgão está de olho. "Se alguém quiser usar o voluntariado de forma a burlar a lei, havendo a denúncia, a gente vai proceder a fiscalização e apurar. Fazemos isso por meio de entrevista com quem está trabalhando, para constatar até que ponto esse voluntariado é realmente voluntariado", define.


Como aproveitar o voluntariado no currículo

- Comece por uma área onde se sinta mais seguro e confortável. Com o passar do tempo, e até devido à restrição de recursos comum a projetos sociais, é provável que você precise contribuir com outras áreas;
- Procure se envolver efetivamente com o trabalho e não fazer da prática apenas um elemento de promoção pessoal. Além do aprendizado ser mais efetivo, a paixão pelo que se faz é mais importante do que a mera informação no currículo;
- No entanto, não deixe de informar no currículo todos os trabalhos dos quais participou, as atividades desenvolvidas e o tempo dedicado a cada um deles;
- Comece cedo. A atuação com projetos sociais voluntários, além de contribuir com o processo de formação do indivíduo, pode auxiliar profissionais em início de carreira que não têm experiência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário